segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sem Tempo

Onde está a minha cura? Onde está o guarda com a chave que abre esta cela?
Estou sem Tempo... Sento-me no chão da cela, e aguardo. Fecho os olhos, espero pela liberdade. Abro os olhos. Estou no meio de um campo. Ao longe, vejo a tua cara, os teus olhos...
Estou sem Tempo... Tenho estado tão ocupado que não arranjei tempo para olhar para o que me rodeia, inspirar o ar que me envolve, sentir a relva que me toca. Deito-me para trás e fico a observar o Mundo a girar, suavemente para fora do Tempo.
Estou sem Tempo... Preciso de uma recompensa para todos os meus crimes de auto-defesa, uma justificação para cada luta, um perdão para cada guerra. Não há muito a dizer sobre as guerras que se travam na nossa cabeça. Aquele pequeno pássaro levantou voo com tudo o que eu tinha na minha mente. Fiquei em terra vazio, a olhar para o céu. Preciso de tempo... Preciso de tempo para recuperar o que me roubaram, preciso de tempo para consertar tudo.
Estou sem Tempo... Vou começar uma revolução a partir do lugar onde me deitar, um grito desesperado pelo Destino, um gesto furioso pela liberdade de movimentos, um ímpeto lendário contra uma voz déspota.
Estou sem Tempo... Por isso vem para o meu lado. Contigo paro para andar, falo para te ouvir, durmo no teu ombro para me veres acordado. És o meu Sol durante a noite, a minha Lua durante o dia. Não quero que estejas presente quando eu estiver a cair. Não quero que estejas presente quando eu bater no chão.
Estou sem Tempo... Dou comigo a subir no ar... Tenho que encontrar aquele pássaro que me levou tudo. Paro para dormir numa nuvem. Nunca vou encontrar aquele pássaro... Aqueles meus pensamentos estão perdidos para sempre. Que sensação estranha é esta que me puxa para baixo? Acho que estou a cair...

MERDA, O CHÃO!




"Eu disse-te que não te queria presente quando batesse no chão. Foi a única coisa que te pedi..."
"Desculpa. Eu vou-me embora. Vais lembrar-te de mim?"
"Vou lembrar-me de ti para sempre e mais um dia."

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