... encho-me de coragem e levanto-me para me ir embora.
"Onde raio pensas que vais?"
"Olha bem para a minha cara... Achas que me vais manter aqui por muito tempo?"
"E tu achas que consegues sair daqui?", desata a rir.
"Estou tão certo como eu respirar, tão certo como o facto de estar triste em como vou sair daqui."
"O teu corpo não vai aguentar fugir deste lugar. Porque não desistes já?"
"Porque o meu corpo aguenta o que a minha mente aguentar. Estás a ver aquela gente ali?", aponto para montes de gente a ser torturada. "Eu não sou como eles. Tu não me consegues dobrar o espírito, quanto mais quebrá-lo. É por isso que eu sei que vou sair daqui, porque enquanto eu assim quiser, o meu corpo vai obedecer."
"Achas mesmo que consegues?"
"Observa-me..."
E assim com estas palavras me despedi. Comecei a andar, o caminho é duro. Já não sinto as pernas nem os braços. Não consigo perceber se tenho força ou não. A custo vou avançando, muito lento.
"Luz? É luz?", penso.
À medida que me aproximo, apercebo-me que era luz do sol. Só mais um esforço.
Saí de lá de dentro. Saí de lá a acreditar em mais do que aquilo que tinha. Viro-me para a entrada do Inferno e sussurro:
"Não me dobras. Não me quebras. Tenho a sensação de que um dia eu vou voltar aí, mas vou voltar a sair. Não me dobras. Não me quebras."
2 comentários:
sei que consegues sair sozinho, mas não posso deixar de dizer que se precisares de uma mão amiga podes contar com a minha :)
É bom saber... ;)
Enviar um comentário