terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Conversa com o meu Irmão

Uma pequena corrente eléctrica passa por mim. Uma premonição? Algo de que deva ter medo? Sinto algo na minha pele... Sempre que fecho os olhos, vejo sempre a mesma imagem.

"Como estás irmão?" penso. "Eu sei... Não precisas dizer-me. Partilhas a minha visão. Sei como deve ser terrível para ti. Ver o mundo através de outros olhos. Principalmente pelos meus. Gostava que os meus olhos te dessem uma boa imagem, mas não consigo." Sinto a agonia dele a subir pela terra, a soltar-se do chão. "O teu sorriso é algo que me entristece. É algo que não tive. Gostava de saber o que era isso." penso. "A sério... Não julgues que te minto. Não te estou a mentir. Eu sei que sentes saudades disto tudo. Não me digas isso... É bem mais penoso andar por aqui do que estar onde estás. Não me faças rir... Estou amaldiçoado meu irmão, acredita... Não ias gostar de trocar comigo. Ia comer-te vivo. Eu podia trazer-te de volta, apenas não quero. Eu matei-te para te proteger, e não te trago de volta para te proteger. Enquanto aí estiveres estás seguro."

Levanto-me, olho para a campa. Faço uma vénia. "Até outro dia..."

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