domingo, 21 de março de 2010

A Carta

Todos os dias são iguais.
Todos os segundos me parecem um déjà vu.

Quando aos poucos vemos o tempo a mudar...
As folhas a cair...
Os mosquitos desaparecem.
Chove mais cada dia que passa.

E nós, sempre na mesma janela, viramos cada página do calendário. Dia atrás de dia.

Sentimo-nos a afogar...
A transcender algo.
A solidão começa a apoderar-se de nós

Tenho uma folha de carta em branco...
A carta nunca se escreveu sozinha...
~
Estou em paz com a carta que nunca se escreveu
Estou em paz com a solidão
Estou em paz com a água
Estou em paz com esta janela e com os dias que por ela passam
Estou em paz com as estações
Estou em paz com as horas e os segundos

Estou em paz comigo

Tanto que não o consigo exprimir
Tanto que não o consigo escrever
Tanto que não o consigo cantar

Tanto que apenas o consigo sentir...

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